Meu amor (também!) é marinheiro
Senhora...
Hoje eu acordei com uma estranha vontade: queria ir lá no morro da Petrobras...
E de lá, gritar teu nome, tão forte e tão alto que ecoasse por Maresias, Juquehy, Boiçucanga... que chegasse até Parati.
Um grito assim... daqueles que silenciam trovões... que, chegando em alto-mar, gerasse um tsunami de água morninha para ir acordá-la, molhando bem mansinho teu corpo lindo.
E, de repente, fecho os olhos e lá estou:
Mas...
Consigo divisar, ao longe, na linha do horizonte (teu barco?), velas ao vento!
Voltas?
Se voltares, não esquece: aporte em meu cais.
Se eu puder ser o porto...
As areias...
Quem sabe, senão, até mesmo as pedras,
Poderei ver: Voltas!
Trazes quilhas-carenas de outros tempos...
– barris de pólvora! –
Camafeus... Rendas... Cortinas de filet... Brocados...
Vontades represadas...
– portos esquecidos! –
Saudades... Lenços de adeus, e lágrimas...
Senhora...
Tenho motores em-ré... espero apenas que este mar me dê um remanso...
Então
(juro!)
largo âncora!
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