Noite Feliz
Senhora...
Aqui estou debulhando mais um ano... separando cada grão de saudade – aquele que não passar pelo crivo da minha seleção, jogo fora.
Ah, deixa te contar: acordei com a tela da maquininha jogando estática na minha cara amassada... teu imeio ainda estava lá, contando e recontando suas coisas... – “Meu querido!...” – ninando este meu coração apaixonado... Zizi, meio rouca, meio cúmplice, repetindo pela xisézima-terceira-vez do fundo da alma: “te amo e o tempo não varreu isso de mim!”...
(Sabe?... Ontem caiu uma fina garoa por aqui... lembrava mais uma garoa de Primavera... daquelas que zombam do Sol quando vem chegando o Verão...
Fui andar pelas calçadas da Vila, refazer nosso trajeto da última vez... Engraçado, o burburinho dos bares parecia assim... assim... mixado ao fundo das recordações daquela noite... nossas mãos entrelaçadas!
Aquela noite... o que te moveu naquela noite, Senhora... o quê?
Aquela noite... o que te moveu naquela noite, Senhora... o quê?
Tua voz embargada a dizer que já estavas no finalzinho da serra, quase no planalto...
A casa de praia ficou lá, largada ao som de tacos de bilhar... e copos bêbados... e fumaça de cigarros... e músicas... e,
solidão!
...)
Mas eu falava mesmo era do teu imeio... daquele emaranhado de perguntas, responderei apenas uma:
Sim, eu irei!
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