sexta-feira, 9 de março de 2012

Era uma vez... (8)

Meu amor (também!) é marinheiro

Senhora...

Hoje eu acordei com uma estranha vontade: queria ir lá no morro da Petrobras...
E de lá, gritar teu nome, tão forte e tão alto que ecoasse por Maresias, Juquehy, Boiçucanga... que chegasse até Parati.

Um grito assim... daqueles que silenciam trovões... que, chegando em alto-mar, gerasse um tsunami de água morninha para ir acordá-la, molhando bem mansinho teu corpo lindo.

E, de repente, fecho os olhos e lá estou:

Mas...

Consigo divisar, ao longe, na linha do horizonte (teu barco?), velas ao vento!

Voltas?

Se voltares, não esquece: aporte em meu cais.

Se eu puder ser o porto...
As areias...
Quem sabe, senão, até mesmo as pedras,
Poderei ver: Voltas!

Trazes quilhas-carenas de outros tempos...
     – barris de pólvora! –
Camafeus... Rendas... Cortinas de filet... Brocados...

Vontades represadas...
– portos esquecidos! –
Saudades... Lenços de adeus, e lágrimas...

Senhora...

Tenho motores em-ré... espero apenas que este mar me dê um remanso...

Então

(juro!)

largo âncora! 

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