Música
Senhora...
O mar castigou o penhasco... Sem dó!
Acordei sob o encanto de um som singelo: uma flauta transversal, soprada com mestria... Não mexi sequer o mindinho... Nem mesmo abri os olhos... Fiquei saboreando aquele sopro de requintada educação...
Nem o vento apareceu naquela hora morna... O Sol tardaria ainda... Não... Não é que ele deu pra atrasar, não... É que o anel de poluição que enfeia a cidade, não permite.
Música!
Quando por fim, o dia escancarou as janelas, fui olhar as árvores... Vi alguns sanhaços na amoreira da esquina, que brincavam de “primeiro eu...”.
Ah!... Esqueci de te contar: os pardais estão em extinção, juro!... Verdade... (Justo eles, que só perdiam pros pombos!)... Cada vez se vê menos deles por aqui...
Por que será?!
Sim!... João é lindo... E alegre... Basta alguém apontar a máquina e ele já abre o sorriso... E aperta as pálpebras, à espera do flash...
Mostrei pra ele, dia desses, a pequena e bela Antônia, da Cris Lima, na tela da maquininha... Ele colocava o dedo na tela e ria de fazer rir... Uma delícia!
Puxou ao avô, esse menino!
Sim, senhora... Está tudo pronto por aqui... Não, de avião, não!... “De avião, nem a pau, Juvenal!”... Aquilo dá um desengano, são muitas horas ao relento... Vou, não!
Vou mesmo é de navio...
Aproveitar pra reler todos os livros do Conrad.
Agora, espera... Não, não irei numa daquelas “cidades flutuantes”, repleta de gente doida e bêbada, não!
Ah, vem não!... As pessoas morrem de forma estranha dentro daquilo... Nem mesmo aquela escritora famosa explica, tô fora! Só vou se você conseguir me convencer o sentido que há em viajar ao lado de outros 5.733 passageiros.
Explica?
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