quarta-feira, 14 de março de 2012

Era uma vez... (9)

Chuva Estrangeira

Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.

Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Seu coração – um navio.”

Alain Oulman / Manuel Alegre



Senhora?!

Não estou bem. Passei a madrugada tentando curar os arranhões que consegui neste caminhar sonâmbulo pelos labirintos da minha saudade.

Sofro. E a morte (traiçoeira e surda!) não me acode.

Queria ouvir tua voz... Assim, vinda de lugar nenhum – como um telefonema feito de Avignon, entre as muralhas de castelos perdidos na história.

Estou confuso, Senhora... Efeito do vin ordinair, talvez. Ouço Debussy, já que não há, nesses dias absurdos, possibilidade alguma de se ouvir as ondas...

Senhora...

Sabe? Às vezes, consigo ludibriar meu carrasco, e saio à procura do teu vulto... Mas, meu olhar se perde, aqui e ali, enganado pela imagem latente que me habita – minha saudade revela tua silhueta por todas as fendas e sombras das minhas noites embriagadas... Não tem jeito!

Senhora, ontem caiu uma chuva diferente por aqui... Chuva irlandesa. Aquela chuva, Senhora, estava em lugar errado! Ou seria aquela chuva, presságio de devassidão?

Não sei, ainda...

Sei apenas que te guardo em mim...

Sei apenas... (porque me contaram!)... Que, aí, onde agora vives... (disseram!)...

Disseram ser possível surpreendê-la com um olhar estranho... Vigiando o horizonte azul do Mediterrâneo...

Como a esperar...

Um comentário:

Meg disse...

Roubei...para o Face...
Beijooooooooooooooooooooooooooo

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